sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O ORIXÁ OMULU


Omulu (Obaluayê) é um Orixá nagô cultuado em religiões de matriz africana.

HISTÓRIA

Omulu, na África, é considerado junto à sua mãe Nanã, o Orixá da morte. Se não é aquele que faz a transição do espírito que desencarnou, é o responsável pela morte dos enfermos. Em época de várias mortes com a varíola, foi responsabilizado pela morte de milhões de pessoas, sendo conhecido como o Orixá da varíola.

É considerado o responsável pela passagem dos espíritos do plano material para o espiritual. Seus filhos são sérios, quietos, calados, alegres de vez em quando, ingênuos demais, porém espertos e observadores e um tanto teimosos. Agem como pessoas muito idosas, são lentos e tem hábitos de pessoas muito velhas. Tem também, muitos problemas de saúde.

Mas assim como Omulu pode trazer a doença, ele também a leva. Os devotos lhe atribuem curas milagrosas, realizando oferendas de pipocas, o deburu ou doburu, em sua homenagem ou jogando-as sobre o doente como descarrego.

Em algumas casas de santo, as pipocas são estouradas em panelas com areia da praia aquecida, lembrando a relação desse Orixá com Iemanjá, chamado respeitosamente de tio, principalmente pelo povo da casa branca. Afinal, conta a história, que Omulu, muito doente, foi abandonado num rio perto da praia por sua mãe Nanã, por ele ter nascido com grandes deformidades na pele. Iemanjá o tomou como filho adotivo e o curou das doenças. Seu amor materno por ele foi tão grande, que ela o criou como seu próprio filho. Por isso, são realizadas oferendas a Omulu nas areias das praias do litoral brasileiro.

Vestido com palha da costa e com contas nas cores vermelha, preta e branca, Omulu dança o opanijé, dança ritual marcada pelo ritmo lento com pausas, enquanto segura em suas mãos o xaxará, instrumento também feito de palha da costa e recoberto de búzios. Em alguns momentos da dança, Omulu espanta os eguns (espíritos dos mortos) e afasta as doenças, com movimentos rituais.

Omulu também possui relação com Iansã, em especial Oyá Igbalé, qualidade de Iansão que costuma dançar na ponta dos pés e direciona os eguns para o reino de Omulu.

Junto a Nanã Buruku e Oxumaré, forma a família de Orixás dahomeana, costuma ser reverenciado às segundas-feiras e sincretizado com os santos católicos São Lázaro e São Bento de Núrsia, patrono da boa morte.

No sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, em especial na Umbanda, é sincretizado com São Roque.

No município de Cachoeira (Bahia), Omulu é cultuado pela Irmandade da Boa Morte, que faz a lavagem da Igreja de São Lázaro.

ARQUÉTIPO

Seus filhos agem com mais idade do que tem pela entidade ser idosa. São irritáveis, mal humorados e um tanto depressivos. Também são ingênuos, amigos e quando querem, divertidos. Também são reservados, calados, observadores e prestativos. Ajudam a todos sem exceção e tem muitos problemas de saúde, que os acomete desde o nascimento, adoecendo facilmente. Podem ser vingativos, porém perdoam. Tem pensamentos maduros que os ajudam a serem responsáveis e agir conscientemente.


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